08 fevereiro 2009

Fabiano Calixto à queima-roupa





1. O que é poesia para você?

A arte da vida. A arte da palavra. Uma gaúcha linda por quem estou apaixonado. Na verdade, as três coisas juntas. O resto é literatura.

2. O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?

Deve perseguir a leitura incessante e crítica. Desconfiar das “bulas estéticas”, dos mestres da literatura universal, dos críticos e da própria poesia. Ser desconfiado e curioso como um detetive de HQ noir.

3. Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético. Por que destas escolhas?

Charles Baudelaire, Murilo Mendes e Chico Buarque. Porque são os poetas que fazem chover no endomingado piquenique, que encantam, não só pela surpresa, mas pela extrema beleza de suas obras. Porque operam imensas revoluções nas coisas da vida.

*

“The man with the blue guitar” (Wallace Stevens): É um poema que tem um fôlego raro, musical, que propõe novos modo de respiração e que emociona o coração e o cérebro.

The Cantos (Ezra Pound): A liberdade e a inteligência numa aglutinação perfeita.

Galáxias (Haroldo de Campos): Porque nos ensina a ler.






FABIANO CALIXTO nasceu em Garanhuns, PE, em 8 de junho de 1973. Cursa mestrado em Letras na USP. Publicou os seguintes livros de poesia: Algum (edição do autor, 1998); Fábrica (Alpharrabio Edições, 2000); Um mundo só para cada par (Alpharrabio Edições, 2001) – este com Kleber Mantovani e Tarso de Melo; Música possível (CosacNaify/ 7Letras, 2006) e Sangüínea (Editora 34, 2007). Publicou também o livro de poemas infantis Pão com bife (Edições SM, 2007). Organizou, com André Dick, o livro de crítica A linha que nunca termina – Pensando Paulo Leminski (Lamparina, 2005). Tem poemas publicados em vários jornais e suplementos do Brasil e do exterior. Traduziu poemas de León Félix Baptista, Jim Morrison, Gonzalo Rojas, Guillaume Apollinaire, Charles Olson, John Lennon, Allen Ginsberg. Traduz atualmente a obra de Benjamin Prado. Edita, com Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck, a revista de poesia Modo de Usar & Co. Prepara Nominata morfina, sua próxima coletânea de poemas.

2 comentários:

  1. SER Poeta é encantar o bezouro que está buscando o nectar da sua vida.
    SER Poeta é olhar para vida antes da morte e comemorar a existéncia brincando o carnaval na quarta-feira de cinzas.

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  2. Poesia é a representação do inimaginável, o que nos permite chegar mais longe, realizar sonhos, fantasiar, nos tornando vivos, nos tornando humanos.
    É a válvula de escape de um mundo, até então, dominado pelos deveres e fazeres.
    Poesia nos leva a confrontar nossa realidade como Alice em seu País de Maravilhas.

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