24 setembro 2020

MORADA DO ESPÍRITO

 












Um gesto move o universo

inteiro.

Elimina o tempo. Reinventa 

o espaço.

 

Hong Yan e seu nome

perderam-se nas dobras

da história.


Mas seu gesto continua

em minha gesta.

 

Seu mestre morto

na batalha

não podia ser profanado.

 

Hong Yan rasga

o próprio ventre

e nele assenta o fígado 

do mestre.

 

A desonra assim foi evitada.

A morada do espírito manteve-se

intacta.

 

As gestas se desdobram.







No séc. 13, o buda Nichiren Daishonin louva seu discípulo Shijo Kingo dizendo: “O senhor acompanhou Nichiren, jurando dar sua vida como um devoto do Sutra do Lótus. Essa sua atitude é cem, mil, dez mil vezes superior a de Hong Yan, que abriu o próprio ventre para inserir o fígado de seu senhor falecido, o duque de Yi [a fim de salvá-lo da desonra e humilhação]”.











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