16 novembro 2020

AFIRMATIVO

 











sim, negritude é uma manifestação cultural

e política mobilizadora.

os argumentos que livram o negro das armadilhas

do discurso colonial tornam-se novas formas

de idealização do negro.

escritor negro, literatura negra, 

literatura afro-brasileira podem

aprisionar, mas o debate é salutar.

o critério para definir o que é negro deve ser cultural.

a perspectiva mais ampla sobre essas questões deveria 

ser a dos negros.

a cultura é uma teia de significados tecidos

ao redor de nós mesmos.

urge captar a densidade simbólica

das coisas.

miscigenação cultural pode provocar mudanças

em determinadas etnias.

o oponente não é o brasileiro branco

e sim o brasileiro racista.

identidade nacional coesa é papinho

de redação de vestibular.

afrodescendente é o resgate de uma descendência

diluída nas miscigenações.

o branqueamento produz escrituras esquecidas

das desigualdades.

além da mimese das formas europeias,

sob a melodia das flautas pan

subsiste os ritmos africanos sufocados.

somos um país de mestiços

e isso não quer dizer que antecipamos

um mundo sem raças.

temos que ser afirmativos.

os signos devem ser postos novamente

em movimento.

Machado, Castro Alves e Cruz e Souza

sempre foram negros.

somos todos exilados de nós mesmos.

somos todos negros cravados

de escravidão.

sim, homens e mulheres brancos já falaram

demais.









Um comentário:

  1. Brancos com sua escuridão, que não os deixam ver a beleza das cores e das raças!!!

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