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20 fevereiro 2009

Floriano Martins à queima-roupa




1) O que é poesia para você?

O mais absoluto estado de entrega ao mundo.

2) O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?

Errar, errar intensamente. Não há melhor escola. Deve perseguir o erro obsessivamente, até alcançar a sua outra margem, o que evidentemente não lhe dará garantia alguma de que um novo erro não se produza. Porém cuidar, com grau igual de obsessão, para não repetir erro algum, por maior que seja. Bom, mas como conselho não é coisa que se dê...

3) Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético. Por que destas escolhas?

A opera-rock 200 Motels, do Frank Zappa, ainda na adolescência, foi algo de grande impacto para mim, o ambiente operístico mesclado ao teatro do absurdo. Outra leitura marcante foi The dark Knight, o Batman na versão do Frank Miller, não só pela recriação do personagem como também pela estrutura do comic, com todo aquele tratamento de crônica policial e reportagem jornalística. O Balcão, de Jean Genet, completa a trilogia, pela ousadia cênica, as dificuldades que impunha à sua montagem. Foram três grandes impactos aos quais não correspondeu jamais a leitura de um só poema.


Floriano Martins (Fortaleza, 1957). Poeta, editor, ensaísta e tradutor. Tem se dedicado, em particular, ao estudo da literatura hispano-americana, sobretudo no que diz respeito à poesia. Foi editor do jornal Resto do Mundo (1988/89) e da revista Xilo (1999). Em janeiro de 2001, a convite de Soares Feitosa, criou o projeto Banda Hispânica, banco de dados permanente sobre poesia de língua espanhola, de circulação virtual, integrado ao Jornal de Poesia. Críticas sobre sua obra, assim como entrevistas com o poeta, têm sido publicadas no Brasil e no exterior.
Igualmente extensa tem sido sua trajetória de colaboração à imprensa, através de artigos sobre música, artes plásticas e literatura. Organizou algumas mostras especiais dedicadas à literatura brasileira para revistas em países hispano-americanos: “Narradores y poetas de Brasil” (Blanco Móvil, México, 1998), “La poesía brasileña bajo el espejo de la contemporaneidad” (Alforja, México, 2001), “Poesía brasileña” (Poesia, Venezuela, 2006), e “Letras del Brasil” (El Búho, Ecuador, 2007). Também organizou a mostra “Poesia peruana no século XX” (Poesia Sempre, Brasil, 2008), ao mesmo tempo em que foi co-responsável pelas edições especiais “Poetas y narradores portugueses” (Blanco Móvil, México, 2003), “Surrealismo” (Atalaia Intermundos, Lisboa, 2003) e “Poetas y prosadores venezolanos” (Blanco Móvil, México, 2006).
Em maio de 2000 realizou o espetáculo Altares do Caos (leitura dramática acompanhada de música e dança), no Museu de Arte Contemporânea do Panamá. Um ano antes também havia realizado uma leitura dramática de William Burroughs: a montagem (colagem de textos com música incidental), na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo; e posteriormente a mostra Teatro Impossível, reunindo leitura de poemas, canções, colagens e fotografias (Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, 2006). Esteve presente em festivais de poesia realizados no Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Espanha, México e Venezuela.
Dentre seus livros de poesia mais recentes, encontram-se Tres estudios para un amor loco (trad. Marta Spagnuolo. Alforja Arte y Literatura A.C. México, 2006), Duas mentiras (Projeto Dulcinéia Catadora. São Paulo, 2008), e Teatro Imposible (trad. Marta Spagnuolo. Fundación Editorial El Perro y la Rana. Venezuela, 2008). Juntamente com Lucila Nogueira, organizou e traduziu o volume Mundo mágico: Colômbia (Poesia colombiana no século XX) (Edições Bagaço. Pernambuco, 2007), também sendo autor de Un nuevo continente (Antología del surrealismo en la poesía de nuestra América) (Monte Ávila Editores. Venezuela, 2008).
Curador da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará. Juntamente com Claudio Willer, dirige a revista Agulha (www.revista.agulha.nom.br) - Prêmio Antonio Bento (difusão das artes visuais na mídia) da ABCA/2007.