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07 janeiro 2009

Nicolas Behr à queima-roupa


[foto: Juan Pratginest]


Três perguntas para poetas

Estou fazendo um inquérito quase policial com os principais poetas em atividade, sejam novos, novíssimos, ou já tarimbados e carimbados pelo tempo ou pelo (des)reconhecimento.

As perguntinhas são só três, pois é um numero que deixa as coisas em aberto e incitam o movimento, o seguir adiante – diferentemente do dois e do quatro. São básicas, mas nem por isso menos espinhosas. Alguns poetas já reagiram a elas. A primeira é considerada quase ofensiva para alguns. Se muitos responderem poderemos ter, provavelmente, um vasto apanhado de idéias e de fazeres que nos farão pensar e repensar, pois uma das características da poesia moderna (e da pós-moderna, se ela existir...) é a imensa variedade de perspectivas e de fazeres.


Nicolas Behr responde:

1) O que é poesia para você?
POESIA É TUDO O QUE VOCE ESTÁ SENTINDO AGORA.

2) O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?
UM CONSELHO: LER MUITO, ESCREVER MUITO E RASGAR MUITO.
SÓ PUBLICAR (EDIÇAO DE AUTOR) QUANDO ESTIVER BEM SEGURO. CORAGEM É MAIS IMPORTANTE QUE CRIATIVIDADE. POESIA EM BLOG VOCE APAGA, EM LIVRO NÃO. LIVRO É MAIS IMPORTANTE QUE BLOG.

3) Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético. Por que destas escolhas?
POEMA EM LINHA RETA, DE FERNANDO PESSOA. OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO, DE DRUMMOND E QUEM FAZ UM POEMA ABRE UMA JANELA, DE MARIO QUINTANA. SÃO OS UNICOS POEMAS QUE EU SEI DE COR.

Nicolas Behr (Nikolaus Von Behr) nasceu em Cuiabá, em 1958. Queria ser geólogo e mora em Brasília desde 1974. Em 1977, lançou seu best seller “Iogurte com Farinhas”, em mimeógrafo. Em agosto de 1978, após ter escrito “Grande Circular”, “Caroço de Goiaba” e “Chá com Porrada” foi preso e processado pelo DOPS por “porte de material pornográfico”, sendo julgado e absolvido. Trabalhou como redator de publicidade e, posteriormente, na Fundação Pró-Natureza. Dedicou-se, profissionalmente, a produção de mudas de espécies nativas do cerrado. A partir de 1993, voltou a publicar seus livros de poesia, com “Porque Construí Braxília”. É sócio-proprietário da Pau-Brasília Viveiro Eco.loja. Mantém o site WWW.nicolasbehr.com.br, e-mail: paubrasilia@paubrasilia.com.br . Você pode conferir, também, uma seleta de seu novo trabalho em www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=3715