25 setembro 2008
saudade de nada
de nada resta uma saudade
tempo sedimentado em gotas
idade turva de dias vividos
me acostumo com os fatos
desfile de horrores entrevisto
a certeza de que certos atos
existem fora de meu alcance
a beleza da vida vista
em relance não me tira
a ciência do nada
dificilmente verei um primitivo
homem nu a comer carne crua
no seio de uma selva desconhecida
não aprenderei mandarim
nem lerei os Vedas no original
não sei quase nada sobre o sim
meus pecados nada têm de natural
nenhuma saudade resta
de nada apenas a mesma dor
a mesma convicção de que não
há o que me impeça
de seguir adiante sem olhar
para trás
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Na certeza do nada as possibilidades se abrem extraordinariamente, não?
ResponderExcluirgrande abraço!
gostei
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