05 agosto 2011

  Melancolia

A criação de Homero.
A eloquência ágrafa
de Sócrates.
Os desenhos de Leonardo.
As suítes sublimes de Bach.
Os píncaros de Beethoven
e seus quartetos de cordas.
O spleen e seus poetas visionários.
A viagem babélica de Joyce.
Os múltiplos sentires de Pessoa.
O Grande Sertão de Guimarães.
O último filme de von Trier.
Não significam nada.

Neste instante
uma criança esquálida
morre de fome
aqui,
ou em algum canto ali
de nossa ressequida
África.


.

Um comentário:

  1. Acabei de chegar em casa depois de um banho e li seu mais recente poema...
    Fiquei chocada com a reportagem da FSP a foto do menino-idoso - será que ainda sou capaz de me indignar?
    Hoje um colega de trabalho, no almoço rico de bons diálogos, lançou mão da pergunta que não queria calar:"O que NÓS estamos fazendo para mudar?" Aí é que está!!!
    Presenciei briga violênta de trânsito aqui perto de casa...AS PESSOAS ESTÃO LOUCAS! Eu disse...para que tanto ódio, por que tanto ódio?
    Será que não estamos conseguindo ver uma saída e explodimos com o mínimo de desconforto com o dia a dia insano? SErá que eu é quem estou louca?
    Obrigada pela sensibilidade compartilhada!
    Adoro seus textos.
    Abraço.
    Beth Cavalcanti

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