A criação de Homero.
A eloquência ágrafa
de Sócrates.
Os desenhos de Leonardo.
As suítes sublimes de Bach.
Os píncaros de Beethoven
e seus quartetos de corda.
O spleen
e seus poetas visionários.
A viagem babélica de Joyce.
Os múltiplos sentires de Pessoa.
O Grande Sertão de Guimarães.
As obras-primas de Tarkovski.
Podem significar pouco.
Uma criança esquálida tomba
neste instante
feito árvore na floresta.
Não existe mais.
Nunca existiu.
Nenhuma arte a tocou.
Nem o corvo do Alan Poe.
Só ela que me toca
faz toc-toc
mostra os dentes
neste poema quase
transcendente.
[Gravura
Melancolia I by Albrecht Dürer, 1514]
Gosto muito, pela erudição lúdica, pelo relevo fônico e pelo fôlego inspirado!
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