sim, negritude é uma
manifestação cultural
e política mobilizadora.
os argumentos que livram o negro
das armadilhas
do discurso colonial tornam-se novas
formas
de idealização do negro.
escritor negro, literatura
negra,
literatura afro-brasileira podem
aprisionar, mas o debate é salutar.
o critério para definir o que é
negro deve ser cultural.
a perspectiva mais ampla sobre
essas questões deveria
ser a dos negros.
a cultura é uma teia de
significados tecidos
ao redor de nós mesmos.
urge captar a densidade
simbólica
das coisas.
miscigenação cultural pode
provocar mudanças
em determinadas etnias.
o oponente não é o brasileiro
branco
e sim o brasileiro racista.
identidade nacional coesa é papinho
de redação de
vestibular.
afrodescendente é o resgate de uma
descendência
diluída nas
miscigenações.
o branqueamento produz escrituras esquecidas
das desigualdades.
além da mimese das formas
europeias,
sob a melodia das flautas pan
subsiste os ritmos africanos
sufocados.
somos um país de mestiços
e isso não quer dizer que
antecipamos
um mundo sem raças.
temos que ser afirmativos.
os signos devem ser postos novamente
em movimento.
Machado, Castro Alves e Cruz e
Souza
sempre foram negros.
somos todos exilados de nós
mesmos.
somos todos negros cravados
de escravidão.
sim, homens e mulheres brancos
já falaram
demais.