Meus irmãos
estão mortos
sendo mortos
e eu
continuo a chorá-los na solidão
de nosso isolamento.
Nossos
amados foram mortos
continuam a ser mortos
com aquele
toque fatal
de soberba e estupidez.
O desaparecimento
de milhares
em tal agonia
mergulha nossa vida
no cotidiano
da desgraça.
Nossos irmãos são mortos
e seu
sangue mancha os campos
já devastados
da Terra.
Ainda assim, continuamos aqui
vivendo, curtindo, fazendo memes
como se
vivia quando estavam
sentados no trono da vida
e nossos prados seguiam
iluminados pelo Sol.
Morreram
todos e continuam
com suas
mãos estendidas
e os
olhos a refletir
o desprezo, o ódio e a escuridão
iminente.
Morreram
em silêncio,
pois os ouvidos de todos
continuam fechados
para os apelos
e tantos gritos desolados.
Morreram
porque são pacíficos
e se acostumaram a morrer
de fome, de soco ou de bala
na terra
onde sempre
jorrou
o ouro,
o melaço
e a água límpida
e ácida da vida.
[Carcaça de um macaco-prego
morto em área queimada no Pantanal. Foto by Lalo de Almeida]
Pesado e verdadeiro. Nam -Myoho-rengue-Kyo 🙏🙏🙏
ResponderExcluirQd a poesia nos mostra a verdade e nos faz pensar: até qd nosso povo vai seguir assim?!?!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuando até a poesia nos mostra a que triste ponto chegamos, é hora de sair da inércia 👊🏽
ResponderExcluirSim,o povo dorme como se estivesse num sonho. Pacifico, lamentando...
ResponderExcluirEsse poema, é bem verdadeiro, como um desabafo, desabafo de todos...
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