Um gesto move o universo
inteiro.
Elimina o tempo. Reinventa
o espaço.
Hong Yan e seu nome
perderam-se nas dobras
da história.
Mas seu gesto continua
em minha gesta.
Seu mestre morto
na batalha
não podia ser profanado.
Hong Yan rasga
o próprio ventre
e nele assenta o fígado
do mestre.
A desonra assim foi evitada.
A morada do espírito manteve-se
intacta.
As gestas se desdobram.
No séc. 13, o buda Nichiren Daishonin louva seu
discípulo Shijo Kingo dizendo: “O senhor acompanhou Nichiren, jurando dar sua
vida como um devoto do Sutra do Lótus. Essa sua atitude é cem, mil, dez mil
vezes superior a de Hong Yan, que abriu o próprio ventre para inserir o fígado
de seu senhor falecido, o duque de Yi [a fim de salvá-lo da desonra e
humilhação]”.