23 novembro 2007

Escolhas



crianças equilibram
borboletas e planetas
homens enxugam copos
com sua dor

mulheres geram gafanhotos
vozes de soprano ao fundo
o artista recolhe o essencial
um esboço

o profeta berra ao vento
boca em sirenes
o filósofo pensa ao andar
tudo é estilo e concisão

o bêbado balbucia
sem coerência
sirenas, sirenas
abra os olhos errante

o poeta embaralha
tudo do cio ao silêncio
alerta os navegantes
abrolhos com escolhos


[ilustração: Majane Silveira]

3 comentários:

  1. lindo poema, Edson!

    e nós aqui, na correira para a mudança ;)

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  2. Edson

    "tudo do cio ao silêncio"

    delícia de verso, resumo, hai-kai, senti-me em seu verso.

    Patricio

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  3. Edson,
    Poeta amigo,
    Vamos todos nós assim
    barrufados de fumaça e dor
    no peito a saudade da tão sonhada
    "Gaia", parabéns, belo, seco e seguro poema,
    Miguel Carneiro

    ps: De agora com o aviso
    passearei em teu belo Blog

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