22 junho 2008

cortes





há um rio que nos separa
dos outros
rio

lethos de esquecimento
encalhes
duplos

o mundo é outro
segundo a dualidade
do ser

a margem que nos divide
é a pele
que nos irmana

quem vislumbra o tu
é nutriente
da relação

aquele que comunga
o isso não é

está

21 junho 2008

sim



um poema
de amor poderia
assim começar:
amo porque
pressinto
fim


[Quadro de Karel Šafář]