Sabe de uma coisa, me deu um ataque de Paulo Coelho – o guerreiro da luz, ou melhor, uma vontade de procriar como um coelho, milhões de olhinhos brilhando a procura de não sei o quê, talvez a claridade do conhecimento, talvez como dizia Wilhelm Reich o orgasmo verdadeiro, em sua verdadeira função, aquele que esvazia a estase de anos encouraçados sem potenkim, anos de energia acumulada nutrindo a neurose cotidiana, o próprio caráter genital a salpicar saúde nos bits que iluminam os caracteres que coloco nessa folha de écran.
Talvez fosse melhor me explicar e dizer que não quero necessariamente as verdinhas que advém do milagre da multiplicação das edições multilingües, não invejo aquele acontecimento que nos torna encantados e encantadores a todos os editores e leitores do planeta, que nos disputam à tapas, beijos e seduções, pagam isto e aquilo, e mais aquilo outro para nos ter em sua casa, casa da palavra, casa do saber, casa de papel.
O verdadeiro sábio diria que há caminhos no céu que só os pássaros conhecem, e como eles sabem se guiar, sem marcas, placas, sem trombadas, tropeços, a não ser quando um helicóptero, claro, pilotado por um humano vesgo os atropela, ou melhor os estraçalha sem nem perceber que acabou de dizimar uma vida, ou a de um bando, mas voltando ao assunto, estou tergiversando, talvez embriagado por este lampejo epifânico de sabedoria que me veio neste instante, o sábio realmente diria que há trajetos nos mares e rios manjadíssimos pelos peixes que de olhos fechados ou abertos, tanto faz, os percorrem e sempre vão onde querem, chegam onde desejam, se é que peixe deseja alguma coisa, peixe não chora vocês já repararam?, embora alguns poetas japoneses em seus tankas, ou seriam tanques, vislumbrem lágrimas nos olhos dos peixes e até dos sapos, mas que eles sofrem, sofrem, talvez, não mais do que nós, que não conhecemos nem caminhos nos céus, nem nos mares, muito menos na terra, a não ser aqueles caminhos áridos e já enlameados de sangue percorridos por todos em nossa triste história recente e sem fim.
Mas vocês querem apostar quanto que esse texto inspiradamente confuso, genial dirão alguns, melodramático dirão outros, carente de revisão, dirão meus amigos revisores, jornalistas de plantão, ilegível, diria Oscar Wilde, esse texto com a pontuação esdrúxula e mal usada como se fosse um copião medíocre de nosso amado Saramago, o mago da língua portuguesa, embora eu prefira lobos a magos, não, não, o verdadeiro mago de nossa língua é o Paulo, sim, o Coelho, o cara realmente é mago, cura, descura e não sara, quer sempre mais, agora quer escrever bem, e até que vem conseguindo, já tem até fardão, mas o que eu ia dizendo é que vocês, leitores atentos, querem apostar quanto, mesmo, de que esse texto que agora termina vai estar na lista dos mais acessados do Google, só porque tem no título a palavra que anima até os santos: SEXO, SEXO, SEXO?
Edson, meu caro, também prefiro lobos a magos amargos, mas,mudando de assunto, este texto é alentador porque provoca uma aspiração de não sei bem o quê, e não é de sexo nem de rotas. Também pra dizer que que li seu ensaio poético sobre J., sugerido pelo Evandro. Evandro e paternidade epifânica só podia dar em coisa boa de se ler, de se fartar em Literatura.
ResponderExcluirAbração do Marco Antônio
Pbs.: Se o título fosse "Orgônio", seria uma rima, não um fardão (ai)
Lobo claro. Mas Saramago e ateu e amargo e isso é melhor que ser idiota.
ResponderExcluirE vamos deixar de falar do Coelho porque pra vender no Mundo, sendo brasileiro, só com magia. Eu não aguento mais esse negócio de crítica previsível e de senso comum a panelinha de literários pobres, ou quase isso.
O resto é...
Eu gosto do Paulo Coelho porque eu adoro os picaretas que dão certo!!!
ResponderExcluirInspiradora sua digressão. Ah, adorei a dica. Não sei ainda qual vai ser o meu próximo post, mas o título eu já bolei: "Meu bem, quero sexo!" rsrs
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