11 fevereiro 2011


o mendigo


o mendigo morreu.
calado.
calejado da luta pela vida.
herói anônimo de tantos
milagres econômicos.

não teve homenagens póstumas.
nem epitáfios espirituosos.

foi enterrado
sem pompas em cova rasa
o indigente.

apenas
um sabiá trinava
ao ouvido do morto
um canto melancólico
e pungente.








9 comentários:

  1. Edson,triste e muito lindo seu poema!Parabéns!Bjs,

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  2. Oi Edson,

    Tudo bem? Ótimos textos aqui e excelente trabalho no Cronópios!!!
    Envio blog para divulgação tb do meu trabalho...Grante abraço!

    http://geografiadodesejo.blogspot.com/

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  3. Muito bom, Edson!
    Lido em voz alta carrega todo o drama contido nele, com suas pausas, respirações, e o quase silêncio final que é puro eco. Parabéns!

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  4. A morte não se reserva à ninguém - a tudo chega sem pompa alguma.
    Edson, parabéns pelo poema.

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  5. Voz dadas aos anônimos. Sublime.

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  6. Um poema bonito sobre covas rasas...
    beijos

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  7. Os sabiás
    dos sambaquis
    soam silentes
    sob o anis


    lembrou-me um epitáfio que escrevi para uma senhora do meu interior, Maria da Geléia. Eu gostava das suas geléias de mocotó e, quando ela morreu, escrevi em um blog antigo. Perdi o texto, quando o Weblogger fechou as portas e nem deu satisfações...

    Abraço.

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  8. Gosto muito, muito, da tua poesia, Edson. Abraço.

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