quando o torpor do sono vem
e o ser apaziguado fica
algo enfim desperta e bem
com o sonido d’água precipita
e feito sonho dentro de um sonho
a imagem de um peixe nos habita
salta pra fora num dançar bisonho
alçando-se ao topo da queda entrevista
(mas não é tão simples para uma carpa
transformar-se em um dragão)
assim como as carpas buscam
o portal do dragão
assim como os poetas anseiam
enxergar na escuridão
assim como o plebeu almeja
algum dia ser barão
todos o seres ensejam
alcançar a iluminação
(mas não é tão simples para uma carpa
transformar-se em um dragão)
parece fácil como tocar harpa
como tatuar o sim na água do não
mas um canto grave como bordão
repete sempre o mesmo refrão
não desanimem, persistam
superem o limite do ego falastrão
pois ninguém escapa da morte
nem mesmo o grande dragão.
[Poema inspirado na parábola budista de mesmo nome. Confira.]
Olá, Edson. Quem escreve é o Carlos, que frequentou o módulo poema contigo na Terracota.
ResponderExcluirRapaz, apreciei a ideia do poema, e noto que já é uma versão forte, mas, a meu ver, ainda um tanto distante da definitiva.
À minha percepção poética ainda amadora, o poema começou muito bem, tanto em conteúdo quanto em construção (aliás, o conteúdo geral é muito bom), mas, quando chega nos versos terminados em "ão", julgo que perde a força. Talvez sejam as rimas trazidas principalmente por substantivos (dragão, escuridão, barão, iluminação, o não, refrão...), ou alguma outra coisa, não sei bem.
Desconheço a fábula budista na qual o poema foi inspirado... Mas, nele, um trecho que me marcou foi a ideia da carpa a transformar-se em dragão. A imagem é linda. Só não me agradou muito a construção dos dois versos que tratam desse trecho.
Enfim, como você mesmo disse, é "uma versão". E o poema tem qualidade e potencial pra crescer bastante.
Rapaz, fico feliz em perceber que você está sempre escrevendo (vejo pelos seus e-mails), o que é uma grande motivação pra que eu siga adiante também. Saber que os escritores e poetas andam por aí produzindo me faz perceber que sou um imenso de um preguiçoso, e acabo me forçando a fazer algo.
Grande abraço! E força nos trabalhos!
Tatuando o meu sim na água desse não.
ResponderExcluirMagistral.
valeu, Carlos.
ResponderExcluirsua observações são pertinentes. aos rimas em "ão" são as mais manjadas da língua portuguesa e deveriam ser evitadas. nesse caso, não consegui fugir muito e deixei-me levar pelo bordão torcendo para q elas reforçassem a ideia da monotonia de um bordão q se repete.
pra conhecer o original clique no Confira lá entre colchetes.
abraço,
edson