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06 fevereiro 2009
Flávia Rocha à queima-roupa
1) O que é poesia para você?
É uma forma única de se ligar a uma sensibilidade mais profunda. Há séculos e até milênios as pessoas recorrem à poesia como forma de expressão interior. Lendo e escrevendo poesia, eu me sinto ligada à essa corrente humana e histórica, e me realizo intelectualmente e emocionalmente.
2) O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?
Deve ler muito, claro, instrumentalizar-se. A poesia exige um grau técnico refinadíssimo, que só é possível alcançar quando nos dedicamos profundamente ao seu estudo e entendimento. Mas essa paixão pela poesia é tão real quanto mais natural, e não exige esforço -- o importante é seguir o seu coração, acreditar na sua sensibilidade e seguir os seus impulsos.
3) Cite-nos 3 poetas e 3 textos referenciais para seu trabalho poético. Por que destas escolhas?
São muitos os poetas e poemas. Nem todos os poemas de um mesmo poeta me tocam da mesma maneira. Já li coisas incríveis de Cecília Meireles, por exemplo, e outras que não me interessam da mesma maneira. Cito, em língua portuguesa, Cecília Meireles, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade (mas como fazer isso sem incluir Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e tantos outros?!). Poetas de que gosto muito, em geral, em outras línguas: Rainer Maria Rilke, Paul Celan, Elizabeth Bishop, Eugenio Montale, John Ashbery, Anna Ahkmatova, Emily Dickinson, e muitos, muitos, muitos outros. Amo-os todos por suas técnicas impecáveis e por seus vôos profundos.
Flávia Rocha nasceu em São Paulo em 1974. Jornalista, trabalhou nas redações das revistas Bravo!, República e Carta Capital, e atualmente colabora com Casa Vogue, entre outras publicações. É autora do livro de poemas "A Casa Azul ao Meio-dia" (Travessa dos Editores, 2005). Tem mestrado em Criação Literária pela Columbia University e é uma das editoras da revista literária americana Rattapallax. Editou antologias de poesia brasileira para as revistas Rattapallax (EUA), Poetry Wales (País de Gales) e Papertiger (Austrália). Fundou, com Steven Richter, a Academia Internacional de Cinema (www.aicinema.com.br), onde desenvolveu e coordena o curso de Criação Literária. No momento prepara seu segundo livro de poemas.
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