20 outubro 2007

Chegando em Maldonado



O mote do 2º Encuentro de Escrituras de Maldonado foi "Cruzando los Puentes". Não poderia ser mais adequado. Autores e editores da Argentina, Uruguai e Brasil trocaram experiências, leram seus textos, apresentaram seus livros e revistas.
Maldonado é um município colado a Punta del Este, um balneário conhecido pelos turistas de todo o mundo. Dizem que Punta del Este foi um "paradero" indígena (como eles acentuam) e depois um povo de pescadores. Hoje já não é assim. É um lindo balneário de luxo, com cassinos, praias bravas e praias mansas, um porto mui rico de cara para o Rio de la Plata.
Quando cheguei ao aeroporto, que fica mais para Montevideo do que para Maldonado, me surpreendi pois tive que sair por dentro de um free shop com o ar saturado de perfume que me deixou tonto e querendo sair correndo dali. Não foi uma boa primeira impressão. Você é forçado a passar por aquilo. Não tem como fugir.
Mas essa impressão passou rapidamente, pois fui muito bem recebido e instalado. O tempo estava nublado naqueles dias e, dizem, quando chove por lá a temperatura despenca. Comprovei na pele, pois quase não havia levado roupas para o frio.
O caminho do aeroporto até o hotel foi maravilhoso. Campos nublados que me lembravam paisagens de um filme de Tarkovski. Um país agrário, basicamente. Mas não só, claro. Quando chegamos à orla não pude desviar os olhos dos imensos casarões com arquiteturas diferenciadas: mediterrâneas, européias, um quê de década de quarenta.
Bem... foi a primeira vez que saí de meu país. E graças a literatura e ao Cronópios. E foi a primeira vez, também, que vi uma baleia. E isso não é pouco... pelo menos não para mim.




Um comentário:

  1. caríssimo Edson, que beleza de experiência esta sua viagem.
    Estou em Aracaju, onde vim pegar uma calor com brisa devido a uma reforma emergencial na PUC. Aproveitei pra comemorar meus 4.6 no dia do poeta com um sarau. Dentre os rebentos recitados esteve este aqui:

    O POETA

    Os olhos do poeta
    Quando menino
    Pressentem tudo envelhecido.
    (Penso em Artur Rimbaud)

    Os olhos do poeta
    Quando velho
    Perpassam tudo renascido.
    (Penso em Manoel de Barros)

    Em nenhuma criatura
    Cabe melhor medida
    Sobe nossa passagem.

    Tanta miséria
    Tanta opulência.

    05.01.2005


    2007 abraços,

    Jeová Santana

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