nenhum mulato
negro índio
ninguém tingido
por água salgada
vindo
exercerá função
de ourives mesmo
aquele que liberto
um dia com seus
sapatos a luzir
nem o outro
se conseguiu bem mais
precioso tanto faz
se tem coração
ouro branco
artíficie de metais
nobres há que ser
impecável
sem marcas
cicatrizes
não ungido
sem excesso
de melanina
algo assim próximo
da matéria alva
com que se tinge
o mundo
visão última
de quem
se entrega
à morte
(...)
ResponderExcluir"algo assim próximo
da matéria alva
com que se tinge
o mundo
visão última
de quem
se entrega
à morte"
Que beleza, querido. Quanta frieza cortante.
Amei.. como amo tudo que és, (d)escreves, tinges. Como sabes envenenar o mel, adocicar o fel!
Que venha mais... antes que chegue o inverno europeu, e que a outonal cigarra deixe de cantar.
Beijos de longe, distante, de Sintra.
A amiga,
Kátia Drummond.