a última luz do dia já se consome
e o bom médico retornando à sua casa
presencia o veneno a destruir sua prole
ingênuos tomaram aos goles a desgraça
ingeriram um mortífero ungüento
e já sofriam os efeitos de tal traça
o hábil médico se apressa por um momento
em seu femento de ervas variadas
com qualidades que alivie o sofrimento
sendo perfeito em fragrância e na cor dada
de exuberante sabor tão desejável
a evitar a morte prefigurada
alguns aceitam o antídoto amigável
outros recusam-no abraçando-se a loucura
forçam o pai a arquitetar um meio hábil
pra motivá-los e livrá-los da amargura
sem questionarem se fará ou não efeito
pois o que é certo se faz presto e sem lonjura
e logo vê-se florescer o que é bem feito
dizer que a morte o rodeia em viagem
e se sozinhos ficarem neste eito
devem beber sem rodeios da enfermagem
logo depois de sua ausência tão sofrida
manda a seus filhos uma rápida mensagem
a que rondava agora lhe dava guarida
filhos queridos já não poderia tê-los
e do convívio lhe roubava a vida
atormentados pela perda e pouco zelo
vêem o remédio com uma cor tão excelente
e experimentá-lo decidem, então, fazê-lo
a cura vem em tal gesto tão premente
e os nefastos efeitos esvanecem
com pai e filhos a celebrar o fato alegremente.
Olá, Edson! Fiquei feliz em descobrir seu blog e este seu lado poético & misterioso. Eu defendo a literatura fantástica e histórias de fadas em todas suas formas, por isso, se não se importar adicionarei seu link em meu blog. Seu poema é algo assim como um conto - isso é opinião minha - há poetas que são contadores de histórias sem perceber, isso e difícil e quando bem feito é lindo, até com esse toque tradicional de rimas, que eu acho que não se deve perder no tempo. Beijos. Eu volto!!!
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