Finalmente conheci o Amazonas. Naveguei pelo rio Solimões. Vi o abraço de suas águas claras com as negras do rio Negro. Entrei no Teatro Amazonas. Assisti a um ensaio de ópera. Encarei uma onça arredia nos olhos. Hospedei-me no mítico Hotel Tropical. Conheci o Centro de Estudos e Pesquisas Ecológicas da Amazônia - CEPEAM, um projeto do mestre Daisaku Ikeda. Vi pela primeira vez uma Ambulancha.
Fiz muitos amigos. Abracei muitos companheiros de ideal. Fortaleci minha unicidade de mestre e discípulo. Senti um pouco da grandeza do povo amazonense e dos desafios dos manauaras. Sobrevoei a extensa floresta. Comi tambaqui frito. Fiquei sabendo a história do candiru (peixinho que devasta a uretra do mijões em alguns rios).
Tudo isso só foi possível graças ao Grupo Alvorada da BSGI. Três vivas ao Grupo. Três vivas ao mestre.
E se tudo isso não bastasse, ainda apertei a mão, conversei, fui beijado e abraçado pelo poeta Thiago de Mello. Ganhei um afago do poeta depois de lhe dedicar um poema. "Você tem talento, menino. Gostei muito. Gostei da sonoridade. Escreva mais com versos em rima. Redondilhas.
O poema é este:
Coração Amazônico
para Thiago de Mello
na lentidão do rio Solimões
curtindo na pele
o mormaço de sua querida floresta
senti a imensidão
de seu coração
a grandeza sem fim
deste rico manancial de vida
no planeta
tudo ficou tão pequeno
tão ínfimo dentro de mim
igarapés de coisas desnecessárias
trastes de civilização
tudo o mais era silêncio
só o ronco do barco desafiava
a quietude
deslizando imponente
entre os igapós
ouvi seu grito
a ecoar na voz do filho amado
“não mate a mata”
a mata não mata
deixem a vida
vicejar em ritmo natural
deixem o rio
quietar em minha Barreirinha
para que possa desaguar
límpido em minhas mãos.
[Manaus, 17 de maio, XI Encontro do Grupo Alvorada da BSGI]
para Thiago de Mello
na lentidão do rio Solimões
curtindo na pele
o mormaço de sua querida floresta
senti a imensidão
de seu coração
a grandeza sem fim
deste rico manancial de vida
no planeta
tudo ficou tão pequeno
tão ínfimo dentro de mim
igarapés de coisas desnecessárias
trastes de civilização
tudo o mais era silêncio
só o ronco do barco desafiava
a quietude
deslizando imponente
entre os igapós
ouvi seu grito
a ecoar na voz do filho amado
“não mate a mata”
a mata não mata
deixem a vida
vicejar em ritmo natural
deixem o rio
quietar em minha Barreirinha
para que possa desaguar
límpido em minhas mãos.
[Manaus, 17 de maio, XI Encontro do Grupo Alvorada da BSGI]
Pra variar um belo poema. E o Rio Amazonas dá mesmo um sambão. Com seu talento junto, fica um estouro
ResponderExcluirMaria Lindgren
m-lindgren@uol.com.br
O rio, o poeta, o movimento pela paz. Aí o outro poeta não resistiu e as palavras transbordaram. Lindo. Lindo. Bjs. Cida Medeiros
ResponderExcluirEDSON
ResponderExcluirQue surpresa teu blog, nos Sambaquis , de inequívoca herança da cultura das nações índias, nome de um blog mítico.O poema para Thiago é belo e faz juz ao homenageado...
que desaguem as aguas destes versos,nesta tua alma verde em fotossíntese da palavra.
abraço
Carmen Fossari