a busca
principia e se finda no coração
na longa
jornada, dia a dia, se oficia
e ao
final nos brinda com a claridão
no meio
do caminho de minha vida
viajante
que sou por sendas selváticas
ouço
falar de cidade tão querida
com
dadivosos tesouros e benefícios enfáticos
sua
existência - nutriente da procura
leva-me
adiante em ofício tão errático
encontrá-la,
amacia o ferro-vida que perdura
habitá-la,
ultrapassa o mundo-lida já tão lábil
desposá-la,
é a felizcidade em tessitura
se até
aqui nada me havia sido fácil
agora
verei do que realmente o laço é feito
em nada
me adiantou ter sido hábil
tal
estrada abriga horrores em seu leito
terríveis
desertos, terra inóspita e dardejante
falta-me
ar, me dá sede, a derrota arde-me no peito
corpo em
espírito antes tão flamejante
arrefece
exausto e amedrontado foge
- chega
de tempestades e sol escaldante!
queria
eu estar nesta hora que consome
a
reviver instantes da memória
lugares
que vivi e o deleite que me some
porém, o
sábio mestre da vitória
com
hábeis meios de uma melodia
soa o
canto que nos leva à possível glória
aquele
que conhece o caminho - o guia
presença
que em si é a ênfase do tesouro
disciplina
o ser e as almas fugidias
em meio
ao sofrimento vislumbro o ouro
a
imensidão do desejo em seu oásis
a
alegria reluzente, as dores em sumidouro
o
cansaço esvanece - um desenho a lápis
os
contornos da dor desaparecem na fumaça
tudo
esqueço, retornar ou desistir – jamais!
sob meus
pés a exuberância se enlaça
revela-se
íntegra uma cidade tão fantástica
o
paraíso em delícias nos perpassa
o mestre,
com sua voz sonora e dramática
diz que
não, estávamos no meio da jornada
a cidade
é imaginária, pura névoa carmática