19 junho 2020
JAZZ
18 junho 2020
TESSITURA
17 junho 2020
HOMILIA
16 junho 2020
POBRE
15 junho 2020
ANTES DO FIM
para Sophia Miki e Tom Mitsuo
e dar uma olhadinha pro céu azulado.
passeando pelos parques do Japão.
e fechar os olhos na hora do beijo.
e fotografar um Euhybus ikedai.
e depois mergulhar no Rio Sena.
e desaparecer enquanto todos estiverem chorando.
e gritar a plenos pulmões: Sensei, eu venci!
14 junho 2020
13 junho 2020
HASARD
1) poema enviado (e não selecionado) ao Arte como Respiro: múltiplos editais de emergência do setor de cultura dos banqueiros do Itaú/Unibanco.
12 junho 2020
11 junho 2020
LINGUAGEM
Nota: Na foto, Ezra Pound em Veneza, local em que morreu, que foi um mestre no quesito linguagem literária. O poema acima faz parte de meu primeiro livro Sortilégio. Descobri em meus arquivos um comentário inesperado do grande Augusto de Campos (enviado por email depois do livro lançado) que nunca havia compartilhado, nem publicado. Compartilho agora e notem que, claro, aceitei sua sugestão:
Caro Edson,
Abraço grato, impertinente e suspeitíssimo do
Augusto de Campos
10 junho 2020
PORTAL DO DRAGÃO
quando o torpor do sono vem
e o ser apaziguado fica
algo enfim desperta e bem
com o sonido d’água precipita
tal sonho dentro de um sonho
a imagem de um peixe nos habita
salta pra fora num dançar bisonho
buscando o topo da queda entrevista
(nunca é fácil a uma carpa
transformar-se em um varão)
assim como os ciprinos buscam
o portal do dragão
assim como os poetas anseiam
enxergar na escuridão
assim como o plebeu almeja
algum dia ser barão
todos o seres ensejam
atingir a iluminação
parece fácil feito tocar harpa
tatuar o sim na água do não
uma rima pobre como bordão
vem repetir o mesmo refrão
não desanimem, insistam
superem o limite do ego falastrão
pois ninguém escapa da morte
nem mesmo o grande dragão.
09 junho 2020
PANDEMÔNIO
as garras da noite
infiltraram-se
sorrateiras
na hesitante luminosidade
dos dias.
a lição que nos ensina
com seu manto de névoas
não será fácil assimilar.
em tempos de trevas
mitologias e religiões
confundem-nos
ainda mais.
os sonhos foram expulsos
e le cheval noire de la nuit
encarcera
todas as imagens luminosas.
o que engendramos em vigília
já não inspira qualquer
transcendência.
pode ser que não sejamos mais
humanos
e alguma mutação ôntica já tenha
se instaurado.
talvez não seja mais possível
zombar
da multidão de deuses
nem esquecê-los.
quiçá tenhamos de lhes fazer
libações
para domesticar a legião de
demônios
que despencou dos palácios de
Satã.
o que se instaurou sobre nós
é o informe Caos à espera
de algum demiurgo.
uma símile corrompida do Paraíso
Perdido
com versos que eliminaram
qualquer possibilidade
de redenção.