as garras da noite
infiltraram-se
sorrateiras
na hesitante luminosidade
dos dias.
a lição que nos ensina
com seu manto de névoas
não será fácil assimilar.
em tempos de trevas
mitologias e religiões
confundem-nos
ainda mais.
os sonhos foram expulsos
e le cheval noire de la nuit
encarcera
todas as imagens luminosas.
o que engendramos em vigília
já não inspira qualquer
transcendência.
pode ser que não sejamos mais
humanos
e alguma mutação ôntica já tenha
se instaurado.
talvez não seja mais possível
zombar
da multidão de deuses
nem esquecê-los.
quiçá tenhamos de lhes fazer
libações
para domesticar a legião de
demônios
que despencou dos palácios de
Satã.
o que se instaurou sobre nós
é o informe Caos à espera
de algum demiurgo.
uma símile corrompida do Paraíso
Perdido
com versos que eliminaram
qualquer possibilidade
de redenção.
Poema realista.NMRK
ResponderExcluirÀs vezes foge do meu entendimento rsrs mas achei muito bom.
ResponderExcluirSim! Tempos difíceis que parece que estamos num pesadelo!
ResponderExcluirUma inspirada visão - deliciosamente poética e ao mesmo tempo tristemente realista - do mundo em que vivemos, no qual a pandemia global nos irmanou nos desafios, nos sonhos frustrados e na contaminação da esperança.
ResponderExcluir“Pandemônio” de Edson Cruz dialoga diretamente com os nossos mais verdadeiros sentimentos e convicções e isso é uma qualidade que somente as grandes obras de arte conseguem atingir.