07 junho 2020

ANOITECER NA FLORESTA





     





















     para o menino Thiago de Mello


     é a hora do sono dos jacarés.

     pálpebras pesadas se fecham
     em sibilino ressonar 
     no mormaço.

     o remanso do poeta se aproxima.

     no desaguar majestoso dos rios,
     um borbulhar ressoa no espesso
     cansaço e seu abraço.

     o tempo se espraia
     em atávicos igarapés.

     um gavião silva e sobressalta
     o manso descanso do vate.

     o silêncio envolve tudo
     em seu arremate de asas.

     o menino Thiago desliza 
     em sua canoa de sonhos
     pelas águas negras do rio.

     estrelas se refletem nas águas
     e pirilampos tremeluzem
     em seus cabelos.



[Thiago em sua casa preparando-me um copo de Mirantã]






8 comentários:

  1. Simplesmente poesia! Parabéns!!!

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  2. Diálogo entre dois poetas! Palavras iluminam!

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  3. Merecedor de sublime poesia👏👏👏

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  4. Pude ouvir os sons da floresta em meio as letras deste texto.
    Muito bom! Parabéns!

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  5. O mundo precisa de mais poesia! Gratidão!

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  6. Edison Bernal/Salvador Bajaneiro 14, 2022

    Elogiar? Que palavra pequena diante de um sentimento tão nobre e grandioso.
    O título, Anoitecer na Floresta, foi de uma sensibilidade genial

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