memória,
incêndio de enigmas
joia
rara que me desfigura
negligência,
canto que me desatina
pedra
rala que me tortura
andança
pelo mundo de criança
ingênua
de si, de tudo em suma
ignorante
da vida em sua dança
a
iludir-se com mantos imprecisos
epiderme
diáfana de bem-aventurança
que nada
dizem, pois cego é a seus signos
de nada
valem na noite fria do deserto
que tudo
velam a quem segue indeciso
mas o
encontro beija a face quase certo
com um
abraço hospeda o andarilho
e seus
quitutes embriagam o não desperto
a
alegria envolve e brinda o maltrapilho
tal amizade
imanta seu caminho
celebra
o hospedeiro a volta de um filho
com a
manhã e o encontro em desalinho
o futuro
do amigo preocupa o hospedeiro
que então
tece engenho em gema e linho
uma joia
sob a roupa pensa será certeiro
quando
acordar e não encontrar-se comigo
levará
consigo algo nada costumeiro
aquilo
que ilumina e lhe dará eterno abrigo
transforma
em ouro vida tão miserável
riqueza que sempre esteve e estará em seu umbigo.
[a propósito de uma parábola budista]
Belíssimo!
ResponderExcluirMaravilhoso Edson. Obrigado por compartilhar.
ResponderExcluirMaravilhoso. Obrigado
ResponderExcluirParabéns! Sublime sensibilidade.
ResponderExcluirQue lindo! maravilhoso! Parabéns 👏👏👏🙏
ResponderExcluirEu adorei esse poema
ResponderExcluirMuito lindo.
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