25 setembro 2008
saudade de nada
de nada resta uma saudade
tempo sedimentado em gotas
idade turva de dias vividos
me acostumo com os fatos
desfile de horrores entrevisto
a certeza de que certos atos
existem fora de meu alcance
a beleza da vida vista
em relance não me tira
a ciência do nada
dificilmente verei um primitivo
homem nu a comer carne crua
no seio de uma selva desconhecida
não aprenderei mandarim
nem lerei os Vedas no original
não sei quase nada sobre o sim
meus pecados nada têm de natural
nenhuma saudade resta
de nada apenas a mesma dor
a mesma convicção de que não
há o que me impeça
de seguir adiante sem olhar
para trás
18 setembro 2008
O que pode me fazer feliz em Washington D.C.?
No dia em que eu fiz 40 anos, 12 de janeiro de 2008, você sabe, acordei meio baleada. Eram seis e cinquenta e um da matina. Minha tia me disse um dia que eu havia nascido em torno das cinco e meia. Mas isso, além de ter determinado meu ascendente, sagitário, já não importava mais. Sim, dizem que depois dos quarenta é o ascendente que toma conta de seus auspícios astrológicos. Então, quer dizer que consegui me livrar da influência do teimoso e determinado capricórnio? Mas isso, também não importava mais.
O que importa é que eu não consegui dar certo em quase nada, mãe. Quase. Parece pouco, mas pode ser muito. Depende do ponto de vista, claro. Tudo é uma questão de ponto de vista. Deve ter alguma coisa a ver com a teoria da relatividade. Maldito Einstein. Sempre ele. Não segui adiante em meus estudos por conta dele e de sua física incompreensível. Mas a prolixidade ainda me mata, mãe, pois não era isso que eu queria estar escrevendo agora. Queria dizer é que ninguém tem mais ouvidos e olhos para a Arte. Aliás, parece que quanto mais Arte menos olhos e ouvidos. Isso, também, não é nenhuma novidade, você sabe.
A única coisa que consegui, e esse é o quase que pode ser tudo, é estar um pouco mais atenta às minúsculas coisas da vida. Isso você me ensinou como ninguém. Bem, nem tão minúsculas assim. Afinal, não é todo dia que se pode tropeçar com um Stradivarius numa estação de Metrô. E ainda mais ouvi-lo? Dizem que há pouquíssimos no mundo. E são muito caros. Lembro daquela foto de Einstein tocando violino. Será que era um Stradivarius? Einsten, sempre ele. E quantos Paganinis ainda jovens você poderia encontrar pela frente neste mundão cheio de fronteiras e de catracas do Metrô?
Você, que nunca teve estudo nenhum, sempre se emocionou com um violino bem tocado. Queria que você estivesse aqui. O tempo parou. Tudo em volta ficou silencioso. Eu fiquei petrificada. Sei que você choraria. Eu não consigo mais, mas foi por pouco. Valeu a pena ter saído daí, mãe, e ter penado esses anos todos em Washington D.C. Afinal, pra alguma coisa deve servir estar no centro do poder. Mesmo que seja limpando os banheiros. Você mesmo me disse: “Se você não pode ser o poder, pelo menos esteja no centro dele”. Segui seu sábio conselho à risca. E foi arriscado. Mas, mãe, nestas duas últimas semanas meu futuro se iluminou. Conheci a Biblioteca do Congresso. E por um lapso da sorte, consegui entrar sem pagar numa apresentação de música clássica. Foi fantástico. Havia um jovem se apresentando ao violino. Divino. Era como sinos angelicais soando em meus ouvidos. Joshua era o nome dele. Belo nome para um netinho, né?
Mas, mãe, o que aconteceu é que meu presente de aniversário não poderia ser melhor. Não se preocupe. Eu que devo e vou presenteá-la. Mas hoje foi o meu dia. Estava um pouco atrasada. Às oito e meia deveria estar chegando no batente. Não deu. Atrasei-me um pouquinho, mas valeu a bronca. Pois não é que aquele anjo estava lá na estação. Sim, de boné, querendo disfarçar. Mas eu fui atraída por ele. Primeiro pela sua música. Depois pelo Stradivarius. Depois pelos seus olhos. Sim, mãe. Acho que seu netinho vai se chamar Joshua. E o sobrenome dele será Bell.
Por favor, não chore!
[Numa iniciativa do jornal Washington Post, o violinista Joshua Bell, com o seu Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares, tocou durante 45 minutos na estação L`Enfant Plaza no centro de Washington entre as 07.15 e as 08:00. A apresentação não despertou a atenção de quase ninguém, com exceção dela que parou petrificada...]
12 setembro 2008
Nam-myoho-rengue-kyo
Meus caros, escutem a maravilhosa música acima. Parece que a moça, Olívia Newton-John (sim, aquela dos tempos da brilhantina), gravou-a depois de se recuperar de um câncer maligno. Ela recita, no que parece ser um refrão, o mantra que recito há 15 anos. Realmente é um mantra magnífico e regenerador em todos os sentidos. Recomendo-o. Se quiser saber mais sobre ele é só clicar aqui.
E mais não digo, embora seja a voz que executa o trabalho do Buda.
No labirinto com o Minotauro
Confira um bate-papo comigo e o simpático Marcelo Maluf em seu blog, http://www.labirintosnosotao.com/
19 agosto 2008
08 agosto 2008
Web Literária
12 terça 19h
As zonas de exclusão do mercado literário e o papel da internet
Heloísa Buarque de Hollanda * Fabrício Carpinejar * Carlos Emílio C. Lima * Vicente Franz Cecim * Raimundo Carrero
Moderador: Edson Cruz - portal cronópios
Leitura de textos inéditos com os escritores
13 quarta 19h
Publicação e distribuição da literatura em tempos digitais
Clarah Averbuck * Ana Paula Maia * Cardoso (André Czarnobai) * Artur Rogério * Lima Trindade
Moderador: Fabrício Carpinejar
leitura de textos e discotecagem com DJ Malásia
14 quinta 19h
Interfaces da literatura na web
André Vallias * Pipol * Mardônio França * Fábio Oliveira Nunes
Moderador: Lúcio Agra
apresentação de André Vallias com vídeo-poemas intermeado com traduções de obras de Hölderlin, Khlèbnikov, Gottfried Benn, Mandelstam, Trakl, entre outros / Performance apresentada por Lúcio Agra.
15 sexta 19h
Apreciação/crítica dos conteúdos de literatura veiculados na internet
Ivan Marques * Paulo Franchetti * Márcio-André * Linaldo Guedes * Floriano Martins *
Moderador: Leda Tenório da Motta
Márcio-André apresenta uma roldana de palavras-poesia-máquina de desautomatizar munido de vozes, violino e outros objetos sonoros.
16 sábado 15h
Sarau Cartográfico
Participação de autores, blogueiros, editores de sites de literatura, poetas, performers, dj e convidados do evento. Leituras de textos e apresentações de performances literárias.
Você poderá acompanhar on-line todas as mesas do Cartografia Web Literária. Elas serão transmitidas Ao Vivo pela TV Cronópios que faz parte do Portal Cronópios.
Além disso o Cronópios disponibilizará na ocasião um CHAT onde você poderá enviar suas perguntas para o mediador de cada mesa do Cartografia em tempo real.
Acesse www.cronopios.com.br e acompanhe a programação.
Local: Sesc Consolação
17 julho 2008
16 julho 2008
préstito negro
o carnaval acabou
mas o desfile continua
em todo caso a morte
sempre chega mesmo
mansa e nua em macios
passos de porta-bandeira
a equilibrar o mastro
em suas ancas de ossos
carcomidos pelos olhos
vorazes da avenida
corsos ensandecidos
mas o desfile continua
em todo caso a morte
sempre chega mesmo
mansa e nua em macios
passos de porta-bandeira
a equilibrar o mastro
em suas ancas de ossos
carcomidos pelos olhos
vorazes da avenida
corsos ensandecidos
09 julho 2008
No ponto
Esse poema foi trabalhado em Flash pelo craque Pipol. Como não sei colocar isso no blog, passo o link da Folha onde ele primeiramente apareceu. Lá você poderá conferir, também, trabalhos do Pipol, do André Vallias, do Augusto de Campos, do Ferreira Gullar, entre outros.
Clique aqui: E-Poemas
05 julho 2008
04 julho 2008
Comportamento do Autor
Estive navegando por alguns sites de editoras e encontrei estas dicas e comentários primorosos no site da Editora Novo Século. Recebo muitos e-mails pedindo dicas e contatos com editoras para uma possível publicação (como se eu mesmo não precisasse delas, no caso de querer editar em papel...). As dicas são mais pertinentes se você já tiver sido abraçado por uma editora. Mas no caso de ainda não, o bom-senso talvez seja mais importante ainda... ou não?
"O livro é um produto que carrega consigo um rótulo de prestígio, de elite e de trabalho de toda uma vida. Essa é uma visão distorcida. Apesar de os medos serem absolutamente normais como parte do processo de publicação de um livro, é bom lembrar que os profissionais de uma editora são da área da cultura, e não psicólogos. Desse modo, ter ataques de ansiedade, telefonemas diários ao editorial ou à produção, reclamações insistentes sobre atrasos e uma presença constante na editora sem que você tenha sido chamado, em vez de ajudar acaba atrapalhando a produção de seu livro, tendo em vista que você deixará os funcionários encarregados pela produção de seu livro muito irritados e de mau-humor, podendo isso até interferir no resultado final do trabalho. Tenha sempre muito bom senso e equilíbrio nestas horas, para que o trabalho possa ser produtivo para ambos os lados: autor e editora. Os dois têm interesse em um único objetivo: que o livro seja um sucesso e atinja ótimas vendas. Outro ponto importante é o fato de o autor confundir um editor com um empresário ou agente, e isso não é correto. O editor é o responsável por analisar a viabilidade de publicação de um livro e, depois de este ter sido aprovado, formalizar o contrato, dando andamento ao processo de produção. Para isso, ele tem pessoas que trabalham com ele, auxiliando-o, cada uma em seu respectivo setor, neste processo de produção. Desse modo, o autor deve se dirigir sempre ao funcionário responsável por cada departamento em que sua obra estiver passando, e não exigir que o editor o atenda, pois ele não tem disponibilidade para isso. Já o empresário ou o agente, estes sim têm a função de cuidar de uma outra parte, até em nível pessoal, no que diz respeito ao autor ou sua obra. Cabem a eles ajudar o autor a decidir sobre questões do tipo: faça isso, não faça aquilo; vá por este caminho, não por aquele; vamos mudar de estratégia, pois esta não está funcionando; haja desta forma, não daquela; coisas assim. Eles são um tipo de conselheiro pessoal/comercial do autor. Portanto, não adianta o autor querer atribuir o papel de "conselheiro" ao editor, pois sua função é exatamente outra. Outro lembrete: uma editora não é uma empresa em que o autor pode entrar e sair quando bem lhe convier. Jamais vá até a editora sem ter marcado um horário, pois isso pode atrapalhar toda a rotina dos funcionários, que procuram planejar minuciosamente seu dia-a-dia. E mesmo marcando um horário, não é de bom tom "alugar" o funcionário. Tenha bom senso e converse sobre tudo o que necessitar, no menor espaço de tempo possível. Isso vale também para horários agendados com o editor."
"O livro é um produto que carrega consigo um rótulo de prestígio, de elite e de trabalho de toda uma vida. Essa é uma visão distorcida. Apesar de os medos serem absolutamente normais como parte do processo de publicação de um livro, é bom lembrar que os profissionais de uma editora são da área da cultura, e não psicólogos. Desse modo, ter ataques de ansiedade, telefonemas diários ao editorial ou à produção, reclamações insistentes sobre atrasos e uma presença constante na editora sem que você tenha sido chamado, em vez de ajudar acaba atrapalhando a produção de seu livro, tendo em vista que você deixará os funcionários encarregados pela produção de seu livro muito irritados e de mau-humor, podendo isso até interferir no resultado final do trabalho. Tenha sempre muito bom senso e equilíbrio nestas horas, para que o trabalho possa ser produtivo para ambos os lados: autor e editora. Os dois têm interesse em um único objetivo: que o livro seja um sucesso e atinja ótimas vendas. Outro ponto importante é o fato de o autor confundir um editor com um empresário ou agente, e isso não é correto. O editor é o responsável por analisar a viabilidade de publicação de um livro e, depois de este ter sido aprovado, formalizar o contrato, dando andamento ao processo de produção. Para isso, ele tem pessoas que trabalham com ele, auxiliando-o, cada uma em seu respectivo setor, neste processo de produção. Desse modo, o autor deve se dirigir sempre ao funcionário responsável por cada departamento em que sua obra estiver passando, e não exigir que o editor o atenda, pois ele não tem disponibilidade para isso. Já o empresário ou o agente, estes sim têm a função de cuidar de uma outra parte, até em nível pessoal, no que diz respeito ao autor ou sua obra. Cabem a eles ajudar o autor a decidir sobre questões do tipo: faça isso, não faça aquilo; vá por este caminho, não por aquele; vamos mudar de estratégia, pois esta não está funcionando; haja desta forma, não daquela; coisas assim. Eles são um tipo de conselheiro pessoal/comercial do autor. Portanto, não adianta o autor querer atribuir o papel de "conselheiro" ao editor, pois sua função é exatamente outra. Outro lembrete: uma editora não é uma empresa em que o autor pode entrar e sair quando bem lhe convier. Jamais vá até a editora sem ter marcado um horário, pois isso pode atrapalhar toda a rotina dos funcionários, que procuram planejar minuciosamente seu dia-a-dia. E mesmo marcando um horário, não é de bom tom "alugar" o funcionário. Tenha bom senso e converse sobre tudo o que necessitar, no menor espaço de tempo possível. Isso vale também para horários agendados com o editor."
22 junho 2008
cortes
há um rio que nos separa
dos outros
rio
lethos de esquecimento
encalhes
duplos
o mundo é outro
segundo a dualidade
do ser
a margem que nos divide
é a pele
que nos irmana
quem vislumbra o tu
é nutriente
da relação
aquele que comunga
o isso não é
está
só
21 junho 2008
07 junho 2008
26 maio 2008
A cegueira em época de supervisualização
Ensaio sobre a cegueira foi o livro que mais me impactou nos últimos 12 anos e passei a respeitar com carinho o escritor português Jose Saramago.
Esse momento tão particular e tão emocionante (que invasivamente vemos acima), impossível de ser compartilhado em tempos pré-web, pré-YouTube, pré-visualização de coisas tão íntimas como essa, pré-big-brothers, me levou às lágrimas...
Aguardo o filme com ansiedade.
19 maio 2008
Mormaço na Floresta
Finalmente conheci o Amazonas. Naveguei pelo rio Solimões. Vi o abraço de suas águas claras com as negras do rio Negro. Entrei no Teatro Amazonas. Assisti a um ensaio de ópera. Encarei uma onça arredia nos olhos. Hospedei-me no mítico Hotel Tropical. Conheci o Centro de Estudos e Pesquisas Ecológicas da Amazônia - CEPEAM, um projeto do mestre Daisaku Ikeda. Vi pela primeira vez uma Ambulancha.
Fiz muitos amigos. Abracei muitos companheiros de ideal. Fortaleci minha unicidade de mestre e discípulo. Senti um pouco da grandeza do povo amazonense e dos desafios dos manauaras. Sobrevoei a extensa floresta. Comi tambaqui frito. Fiquei sabendo a história do candiru (peixinho que devasta a uretra do mijões em alguns rios).
Tudo isso só foi possível graças ao Grupo Alvorada da BSGI. Três vivas ao Grupo. Três vivas ao mestre.
E se tudo isso não bastasse, ainda apertei a mão, conversei, fui beijado e abraçado pelo poeta Thiago de Mello. Ganhei um afago do poeta depois de lhe dedicar um poema. "Você tem talento, menino. Gostei muito. Gostei da sonoridade. Escreva mais com versos em rima. Redondilhas.
O poema é este:
Coração Amazônico
para Thiago de Mello
na lentidão do rio Solimões
curtindo na pele
o mormaço de sua querida floresta
senti a imensidão
de seu coração
a grandeza sem fim
deste rico manancial de vida
no planeta
tudo ficou tão pequeno
tão ínfimo dentro de mim
igarapés de coisas desnecessárias
trastes de civilização
tudo o mais era silêncio
só o ronco do barco desafiava
a quietude
deslizando imponente
entre os igapós
ouvi seu grito
a ecoar na voz do filho amado
“não mate a mata”
a mata não mata
deixem a vida
vicejar em ritmo natural
deixem o rio
quietar em minha Barreirinha
para que possa desaguar
límpido em minhas mãos.
[Manaus, 17 de maio, XI Encontro do Grupo Alvorada da BSGI]
para Thiago de Mello
na lentidão do rio Solimões
curtindo na pele
o mormaço de sua querida floresta
senti a imensidão
de seu coração
a grandeza sem fim
deste rico manancial de vida
no planeta
tudo ficou tão pequeno
tão ínfimo dentro de mim
igarapés de coisas desnecessárias
trastes de civilização
tudo o mais era silêncio
só o ronco do barco desafiava
a quietude
deslizando imponente
entre os igapós
ouvi seu grito
a ecoar na voz do filho amado
“não mate a mata”
a mata não mata
deixem a vida
vicejar em ritmo natural
deixem o rio
quietar em minha Barreirinha
para que possa desaguar
límpido em minhas mãos.
[Manaus, 17 de maio, XI Encontro do Grupo Alvorada da BSGI]
11 maio 2008
A origem do Dia das Mães
A mais antiga comemoração dos dias das mães vem da Grécia antiga, quando a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.
Depois de muito tempo, no início do século XVII, a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.
Mas foi uma americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905, Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.
"O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos.
O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Desde então, mesmo contra a vontade de Anna, que chegou a entrar com um processo em 1923 para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso, muita coisa aconteceu e entre as filas nos Shoppings, o trânsito infernal, as lojas lotadas, e essa homenagem se transformou em algo diferente.
E isso pode ser muito simbólico. Sendo a mãe o núcleo da família, o equilíbrio do lar, essa “nova” situação desencaminhou a luta de Anna. O reconhecimento da importância das mães no dia-a-dia foi subestimado.
Os tempos modernos (ai que saudades da aurora da minha vida...) conseguiram, através do incremento do comércio, de promoções tipo compre 1 e leve 2, distorcer o grande feito de Anna Jarvis.
Será que aí não pode estar uma das razões para os atos de violência, da desestruturação familiar que nós temos observado, ainda estarrecidos, nos dias de hoje?
Vocês sabem o que foi escolhido por Anna Jarvis como presente, simbolizando a pureza, a fidelidade, o amor, a caridade e beleza para uma mãe?
Um simples cravo branco.
Dr. Yechiel Moises Chencinski – médico pediatra e homeopata
http://www.doutormoises.com.br/
P.S.: Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos, sem ter sido mãe.
Depois de muito tempo, no início do século XVII, a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.
Mas foi uma americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905, Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.
"O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos.
O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Desde então, mesmo contra a vontade de Anna, que chegou a entrar com um processo em 1923 para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso, muita coisa aconteceu e entre as filas nos Shoppings, o trânsito infernal, as lojas lotadas, e essa homenagem se transformou em algo diferente.
E isso pode ser muito simbólico. Sendo a mãe o núcleo da família, o equilíbrio do lar, essa “nova” situação desencaminhou a luta de Anna. O reconhecimento da importância das mães no dia-a-dia foi subestimado.
Os tempos modernos (ai que saudades da aurora da minha vida...) conseguiram, através do incremento do comércio, de promoções tipo compre 1 e leve 2, distorcer o grande feito de Anna Jarvis.
Será que aí não pode estar uma das razões para os atos de violência, da desestruturação familiar que nós temos observado, ainda estarrecidos, nos dias de hoje?
Vocês sabem o que foi escolhido por Anna Jarvis como presente, simbolizando a pureza, a fidelidade, o amor, a caridade e beleza para uma mãe?
Um simples cravo branco.
Dr. Yechiel Moises Chencinski – médico pediatra e homeopata
http://www.doutormoises.com.br/
P.S.: Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos, sem ter sido mãe.
01 maio 2008
Fonction França
Na terça-feira estivemos na livraria Martins Fontes entrevistando e depois dialogando, sobre literatura na internet, com a simpaticíssima escritora e editora francesa Laure Limongi, Claudio Willer, Solange Rebuzzi, Sonia Goldfeder (a incansável Assessora de Imprensa da melhor livraria da cidade de São Paulo) e convidados.
Foi uma noite mais do que agradável. Muito interessante conhecer o trabalho de Laure em vários aspectos. Desde seus escritos, suas idéias e sua relação com os novos escritores franceses. A editora em que ela trabalha, Éditions Léo Scheer, e onde organiza a Coleção Laureli, é das mais interessantes. Seu site é dinâmico e dá um banho nos sites de editoras brasileiras, que parecem muito ingênuos e preguiçosos em relação aos recursos e criatividade que a internet possibilita. Vejam com os próprios olhos.
Ela deu dicas de sites e blogs bacanérrimos da nova cena literária francesa. Confiram os comentários da senhorita Limongi, sobre a passagem por São Paulo, em seu blog, http://www.rougelarsenrose.blogspot.com/ , e no final desse texto os links que ela citou na noite.
A entrevista que fizemos, com a participação da poeta carioca Solange Rebuzzi e a tradução simultânea da Sonia Goldfeder foi muito bacana. Logo que o Pipol conseguir editar entrará na TV Cronópios.
No final do bate-papo ela fez leitura de alguns textos seus que depois foram traduzidos (anteriormente) e lidos em português pela poeta Solange Rebuzzi. Vamos publicá-los, oportunamente, no Cronópios. Solange leu, também, um poema de sua autoria dedicada a Laure Limongi, que havia conhecido na semana anterior em evento no Rio de Janeiro.
O poeta Claudio Willer tinha esquecido os óculos e preferiu não ler nada, depois de comentar e falar sobre a Revista Agulha, site que co-edita com o poeta Floriano Martins.
Dois dos poemas que li, em tradução generosa de Sonia Goldfeder, foram o “Eu”, e o “Palimpsesto” que ficaram assim:
Moi
un être
etonné comme um dieu
abasourdi
sur mon visage
des goûtes de la mer
morte
Palimpseste
toute poèsie déjá
écrite
n’equivaut
a aucune poesie
inscrite
la poesie crève
Links indicados por Laure Limongi:
http://towardgrace.blogspot.com/
www.tierslivre.net/spip
www.publie.net/
www.jcbourdaily.net/
http://correcteurs.blog.lemonde.fr/
http://www.desordre.net/
http://www.t-pas-net.com/libr-critique/
http://www.berlol.net/dotclear/
Foi uma noite mais do que agradável. Muito interessante conhecer o trabalho de Laure em vários aspectos. Desde seus escritos, suas idéias e sua relação com os novos escritores franceses. A editora em que ela trabalha, Éditions Léo Scheer, e onde organiza a Coleção Laureli, é das mais interessantes. Seu site é dinâmico e dá um banho nos sites de editoras brasileiras, que parecem muito ingênuos e preguiçosos em relação aos recursos e criatividade que a internet possibilita. Vejam com os próprios olhos.
Ela deu dicas de sites e blogs bacanérrimos da nova cena literária francesa. Confiram os comentários da senhorita Limongi, sobre a passagem por São Paulo, em seu blog, http://www.rougelarsenrose.blogspot.com/ , e no final desse texto os links que ela citou na noite.
A entrevista que fizemos, com a participação da poeta carioca Solange Rebuzzi e a tradução simultânea da Sonia Goldfeder foi muito bacana. Logo que o Pipol conseguir editar entrará na TV Cronópios.
No final do bate-papo ela fez leitura de alguns textos seus que depois foram traduzidos (anteriormente) e lidos em português pela poeta Solange Rebuzzi. Vamos publicá-los, oportunamente, no Cronópios. Solange leu, também, um poema de sua autoria dedicada a Laure Limongi, que havia conhecido na semana anterior em evento no Rio de Janeiro.
O poeta Claudio Willer tinha esquecido os óculos e preferiu não ler nada, depois de comentar e falar sobre a Revista Agulha, site que co-edita com o poeta Floriano Martins.
Dois dos poemas que li, em tradução generosa de Sonia Goldfeder, foram o “Eu”, e o “Palimpsesto” que ficaram assim:
Moi
un être
etonné comme um dieu
abasourdi
sur mon visage
des goûtes de la mer
morte
Palimpseste
toute poèsie déjá
écrite
n’equivaut
a aucune poesie
inscrite
la poesie crève
Links indicados por Laure Limongi:
http://towardgrace.blogspot.com/
www.tierslivre.net/spip
www.publie.net/
www.jcbourdaily.net/
http://correcteurs.blog.lemonde.fr/
http://www.desordre.net/
http://www.t-pas-net.com/libr-critique/
http://www.berlol.net/dotclear/
20 abril 2008
O jogo da vida
não adianta, tempo
tu não gozarás de minha velhice
tuas construções erigidas sobre nossas cabeças
não me surpreendem, não estranham
apenas revelam o quanto tu és antigo
o quanto é breve a parte que me cabe
não me importo com o passado
a mim, interessa o presente
matriz de tudo que há de vir
desafio-te como um dia o fez o bardo
pois tuas lendas, livros e tudo o que vemos
são aparência e revelam o quão imperfeito és
serei lento, único e delicado artesão
tecerei uma obra que te anulará com um sopro
algo de mim continuará e permanecerá
zombando de ti e de tua afiada foice
[frame de "O Sétimo Selo", de Ingmar Bergman]
06 abril 2008
Allen Ginsberg & Paul McCartney
[The Ballad Of The Skeletons, Live at the Royal Albert Hall, October 16, 1995. Site: http://www.allenginsberg.org/]
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