09 setembro 2007

Sambaqui



em meu samba sarnambi
cabem todos os restos:
é meu recanto de desterras
chão de joão-ninguém
depositório de meus erros

todos os ossos
sem nome
todos os nomes
sem boca
todas as bocas
à míngua.

o que fazer então
com as palavras?
depositá-las aqui
vomitá-las
como se vomita
uma língua.

2 comentários:

  1. eita!
    poesia em ebulição, fervente.

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  2. Edson: como sempre você falando coisas inusitadas de modo também inovador de uma coisa comum? real? Sambaqui, vira aqui samba sarnambi...E no mais estive num sambaqui, falando nisso ou melhor, pesquisei num, em aulas ao vivo e a cores de Antropologia la longe no meu curso de Ciências Sociais.Só que o teu aí, o da foto é bem mais digamos rico, ou com as coisas , os restos das civilizações indigenas mais afloradas.Legal,gostei.abraços.ana

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